segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Vida é Bela

Ontem revi um dos meus filmes favoritos: A Vida é Bela, de Roberto Benigni.

É difícil quem não lembre desse filme, alguns com certo rancor talvez, visto que foi ele que desbancou o nosso "Central do Brasil" e acabou levando pra casa a estatueta de melhor filme estrangeiro em 1999. Por maior que seja meu amor por esta terra, jamais poderia desmerecer o título que levou o Oscar. Achei justo. Pronto, falei !

A Vida é Bela é um filme que retrata uma época que pra mim é uma das mais interessantes de toda a história da humanidade. Sempre fui curiosa em relação aos conflitos e combates internacionais mas nada me deixou mais intrigada e fascinada do que as Grandes Guerras Mundiais. A Segunda em especial sempre exerceu um fascínio difícil de explicar. Meus estudos espíritas me fazem sempre desconfiar que eu tenha tido uma ligação forte com essa época. Muito forte. Agradeço imensamente a Deus pelo dom divino do esquecimento, tamanho é meu receio de descobrir que ligação foi esta.


Mas o fato é que A Vida é Bela é um filme ímpar, pois fala sobre a época da Guerra, sobre o holocausto e a vida em campos de extermínio, de uma maneira inovadora e bem mais descontraída. A história fica menos chocante, pois estamos a todo tempo centrados no amor do pai, Guido, pelo seu filho Giosuè. O filme  mostra todo o horror da guerra, mas sob uma ótica que inverte a dura realidade numa fantasia que torne tudo menos doloroso para o filho. Guido passa o tempo todo fingindo que ele e filho estão participando de um campeonato, numa incrível viagem (programada !) de férias, cujo prêmio final é um tanque de guerra de verdade. 






Uma comédia que é um drama, ou um drama comédia ? Pra mim no fundo é um drama. Um drama com cenas de humor.

Eu não consigo enquadrar o filme como comédia, embora tenha cenas engraçadas. É difícil fazer essa definição. As cenas mais cômicas do filme são sempre desenvolvidas tendo como pano de fundo as piores faces do holocausto.

Seja como for, essa é acima de tudo uma história de amor e devoção sem limites de um homem simples pelo seu filho e sua esposa. A mãe acaba por ser uma personagem secundária, embora ela própria também tenha feito seu próprio sacrifício em prol da união da família. Embora já no destino final ela descobriria que não estaria tão próxima deles como pensou. Mas a alma do filme está na fantasia criada pelo pai em torno do novo mundo que cerca seu pequeno garoto. Ele se arrisca para se comunicar com a esposa, mas acima de tudo vive cada dia pela proteção do seu menino, tanto fisicamente como defendendo sua pureza e doçura da infância. Manter acesa a chama da ingenuidade e alegria da infância dentro do horror de um campo de extermínio ... seria possível ? Para Guido, tudo era motivo para uma encenação para o filho. Tudo para protegê-lo da dura realidade não apenas da morte, mas da ciência sobre até onde pode ir a crueldade de um homem. Manter seu filho longe disso tudo é uma forma de salvá-lo duplamente.


Ficha Técnica:
Título Original: La vita e bella
Diretor: Roberto Benigni
Elenco: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giorgio Canrini, Giustino Durano, Sergio Bini Bustric, Marisa Paredes, Horst Buchholz, Amerigo Fontani, Pietro da Silva. 
Roteiro: Roberto Benigni
Fotografia: Torino Delli Colli
Trilha Sonora: Nicola Piovani
Ano: 1997
País: Itália
Gênero:Comédia, Drama



Lindo filme. Recomendo !
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...